sábado, 22 de dezembro de 2007

Papai Noel e a decadência humana

O mito de Papai Noel nasceu na Alemanha, inspirado em São Nicolau. Mas ao fim do século 19, a Coca-Cola industrializou o mito, potencializou-o, transformou-o em símbolo de consumo, com predominância do vermelho coca na iconografia da ilusão tosca.

Surgia assim, em 1886, na terra de Tio Sam, da pena do cartunista Thomas Nast, a figura contemporânea do barrigudo que desce pela chaminé, um contra-senso aparente, mas que segue a lógica de consumo do capitalismo, a lógica de quem bebe muita Coca e ainda se sente leve para pular de uma chaminé a outra. Essa lógica encobre a glicose de cada dia que nos engorda.

Colocar uma touca de Papai Noel pode parecer um ato de desprendimento, de comunhão com a espiritualidade. Na prática, trata-se da espiritualidade de consumo. A indumentária do papai Noel é a indumentária do tolo, do homem absurdo de Albert Camus, em o Mito de Sísifo. “Aquele que, sem o negar, nada faz pelo eterno”.

Talvez a arte nos dê pistas sobre o eterno, sobre o mundo que o homem absurdo jamais toca, entretido que está diante da tela da TV ou, na época de Natal, entretido que está diante das luzes da decoração natalina dos templos de consumo.

Papai Noel é o próprio pai do consumo. Dita quando e onde o sujeito deve espraiar sua emoção, não sem antes rechear a árvore de presentes. A felicidade é uma questão material. O mais é coisa de gente desqualificada, de gente que pensa e ameaça a bestialidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

opa, esse ai eu vi saindo do forno hein
hahahahahah

mais então , fico loco.
Realmente essa histria de papai noel que é seguida desde a infancia é uma porta imença que leva a pessoa a uma idealização de felicidade por meio do consumismo.
Como vc mesmo citou sisifo, a crença leva a um trabalho sem nexo e voluntario atraz de uma felicidade pequena e nada profunda, ou melhor, que nem beira a eternidade.

repito, loco esse texto