Quando a mãe diz ao menino “fecha a boca senão entra mosca”, na verdade, ela está reafirmando um conhecimento milenar, que se transmite de geração a geração.
Desde os tempos mais remotos, o homem observa que moscas gostam de buracos. Pode-se tomar por hipótese que essa atração surgiu da certeza de encontrar sempre um alimento apetitoso no referido lugar.
Na pré-história, antes de tudo que se possa conceber, o hominídeo é atacado por um bisão. Ele consegue escapar com vida, mas traz uma fratura exposta na perna. Arrasta-se até a caverna, onde alcança refúgio. Não das moscas. Elas fazem a festa na derrama sanguinolenta do hominídeo, afinal, a caverna é um buraco.
No buraco, encontramos:
Rato, se for na toca do rato.
Coco de nariz, se for no buraco do nariz.
Restos alimentares entre os dentes, se for na boca.
Cera de ouvido...
M...se no (*)
Gordura, se for na caixa de gordura, que também é um buraco.
Mas também encontramos:
Ovos no buraco do ninho.
Coruja no buraco da pedra.
Lagartixa no buraco da parede.
Tatu. Onde só pode ser?
E o nenê engatinhando? Ele vê a tomada na parede e vai direto com o dedinho. “Que delícia aquele buraquinho”, pensa o nenê.
Pois é, as moscas gostam de buracos né...
É comum pessoas cometerem este lapso:
“Fecha a mosca senão entra boca”.